Friday 24 April 2009

"Convergência nos Media"

Os últimos 15 anos, aproximadamente, foram marcados em Portugal, como nos demais países, por um profunda transformação estrutural dos meios de comunicação social. A introdução da tecnologia digital permitiu em enorme reforço de capacidade de transmissão por via terrestre, cabo ou satélite. Uma das principais consequências do desenvolvimento da comunicação social, potenciado por estas transformações, foi a convergência das tecnologias, telecomunicações, software, electrónica de bens de consumo e media.
Decorreu na passada quinta-feira, dia 23 de Abril, na Faculdade da Ciências Humanas, da Universidade Católica, precisamente uma Conferência que procurou discutir precisamente a problemática da Convergência nos media, e que merece o nosso destaque.

O primeiro convidado, António Granado, coordenador do do Público on-line, referiu-se à convergência nos media, dividindo-a em quatro pontos e desmistificando alguns mitos que caracterizam este “conceito” enquadrado no actual panorama dos meios de comunicação. Começando por identificar convergência entre empresas, exemplificou, com aquisição de papel para vários jornais que pertencem a um mesmo grupo ou a deslocação de um só jornalista para ir cobrir um acontecimento fora do pais, e posteriormente esse mesmo jornalista redige a noticia para os vários meios de comunicação do mesmo grupo. Torna-se vantajoso para a própria empresa a possibilidade de aproveitar os seus trabalhadores, dirigindo-os em vários sentidos, em vez de os canalizar para uma única função e sector. Por outro lado, reduz a independência do jornalista assim com a diversidade jornalistica, a permeabilidade a pressões externas aumenta, e a publicidade também tem sofrido uma queda notável.

Seguidamente, o jornalista, falou da convergência entre media, referindo à integração nas redacções tradicionais das redacções on-line referindo que actualmente, alguns editores de alguns jornais, pensam que os jornalista da redacção do jornal que sai impresso em papel, pode simultaneamente fazer o jornalismo on-line. Para António Granado, cada um deve especializar-se e procurar ser o melhor dentro da área da qual faz parte. Ou seja, fotografo não é porque tem alguns conhecimentos de montagem que vai encarregue pela edição. Não faz sentido reduzir o numero de colaboradores e reaproveita-los, quando a produção de conteúdos triplicou.

O terceiro ponto apresentado refere-se à convergência de dispositivos, como o telemóvel e a internet. As notícias, dependem apenas de confirmações, que surgem quase na hora, para serem colocadas disponíveis a todos nesses dispositivos, enquanto os jornais perdem leitores e e a rádio igualmente ouvintes. A faixa etária do 18 aos 30, já não encontra na televisão meio de informação primordial. Os media clássicos podem dar notícias mais detalhadas e analisadas e com outras perspectivas. Os cadernos "P2" e "Ípsilon" do Público em papel foram são bons exemplos. Referem-se não só ao ontem, como o que se passou há 10, 20, 30 anos enquadrando numa perspectiva social, económica e cultural futura.

O último ponto é o da convergência entre produtores e consumidores. A facilidade no acesso a ferramentas de internet e a participação cívica, traduzem nesse esse esbatimento entre quem faz e quem recebe. Um dos momentos históricos foi a criação da Blogger em Agosto de 1999. O jornalista revela-se entusiasta com o alargamento do espaço dos produtores de informação, uma vez que permite aos próprios jornalista acederem a informações até então desconhecidas, mas realça o receio que tem em relação há falta de processos capazes de filtrar o que é válido do que não o é.

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