Friday 5 June 2009

Fechar um Ciclo

E assim fechamos um ciclo do nosso universo!

As aulas de Comunicação Digital, a par com a nossa experiência empira na blogosfera permitiu-nos adquirir alguns conhecimentos e técnicas indispensáveis à utilização e manutenção correcta de um blogue.

Enquanto exércicio/trabalho da faculdade representou um desafio e uma motivação pela sua estrutura de trabalho e de apresentação que foge aos canones tradicionais da maioria das cadeiras universitárias. Aliado a uma experiência, que concluimos ter sido enriquecedora, a um nível pessoal e profissional de um futuro profissional.

É importante referir ainda que esta experiência do blogue tornou-nos mais dispertas e atentas a outros blogues, aos seus utilizadores e aos objectivos e necessidades assim como paras as"respostas" ou feedback que possam receber ou que desejam obter, através deste meio de comunicação.

Arena - Palme d'Or


O primeiro português a ganhar uma Palma de Ouro em Cannes chama-se João Salaviza, têm 25 anos, e o seu filme dura apenas 15 minutos.
O aviso já tinha sido dado no Indie Lisboa, onde filme se estreou e foi distinguido como o melhor da competição nacional.A selecção para este Cannes por si só já era um prémio. COntudo, ficou o reconhecimento do mais importante festival de cinema europeu para a sua primeira obra.
Já se fala numa possível nomeação para Óscares,mas para já o que é provavel que aconteça para lá mais para o fnal do ano é a estreia em Sala assim comp um ante-estreia na Cinemateca e a publicação de um livro.

O presidente do júri de Cannes, John Boorman, acha que com Arena assistimos à "emergência de um novo talento cinematográfico".

Enquanto portuguesas ficamos orgulhosos, enquanto cinéfilos, aguardamos a estreia em sala.

Ciclo de conferências na Culturgest

Novos Suportes e Mediação Tecnológica é a segunda conferência que José Afonso Furtado apresenta na Culturgest, em Lisboa, dia 16 de Junho, às 18.30, integrada no ciclo livro na era da sua reprodutibilidade digital. Partindo da premissa que a história do livro é também a “história da escrita, dos seus suportes, da sua transmissão, disseminação e recepção” este ciclo aborda várias questões relacionadas com a evolução do livro.

José Afonso Furtado, director da Biblioteca de Arte, da Fundação Calouste Gulbenkein e professor no curso de pós-graduação Edição: Livros e Novos Suportes Digital, da Universidade Católica, focar-se-á nas próximas conferências Escrever, editar e ler na Era Digital I e Escrever, editar e ler na Era Digital II, num “conjunto de heranças sedimentares que a emergência de uma sociedade de informação e em rede e o desenvolvimento das novas tecnologias digitais vêm pôr em questão”.

Dias 23 e 30 de Junho, sempre as 18.30.
A entrada é livre (limites de lugares disponíveis na Sala 2)

Sunday 26 April 2009

Canonizaçao de D.Nuno Alvares Pereira

Papa sublinha dimensão de "herói" de Frei Nuno de Santa Maria





D. Nuno Álvares Pereira foi proclamado santo esta manhã, às 10h33 (09h33 em Lisboa) no Vaticano, perante milhares de pessoas, entre elas duas mil portuguesas. O Papa sublinhou a dimensão de "herói" do novo santo português mas não referiu a sua generosidade.

O Papa Bento XVI referiu-se, há poucos minutos, a Frei Nuno de Santa Maria, o oitavo santo português proclamado em Roma às 10h33 (09h33 em Lisboa), como "herói e santo de Portugal", que viveu numa época em que a nação consolidou "a sua independência de Castela".

Lendo em português o parágrafo dedicado a Frei Nuno, Bento XVI acrescentou que, embora o novo santo "fosse um óptimo militar e um grande chefe, nunca deixou os dotes pessoais sobreporem-se à acção suprema que vem de Deus".

Ontem, na conferência de imprensa em Roma a propósito da canonização, o cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, recusara várias vezes a "exaltação patriótica" da figura de Nuno Álvares Pereira.

As referências do Papa Ratzinger a Frei Nuno de Santa Maria foram sublinhadas várias vezes por aplausos dos cerca de dois mil portugueses e carmelitas que estarão presentes na Praça de São Pedro.

Bandeiras de Portugal, Açores e Brasil, faixas com inscrições, estandartes de escuteiros - o Condestável é patrono do Corpo Nacional de Escutas - assinalam numa Praça de São Pedro que se foi enchendo de pessoas, sendo perto de 30 mil no final da cerimónia, a presença dos peregrinos ligados a Frei Nuno.

Na homilia, que acabou há poucos minutos, Ratzinger acrescentou ainda que Nuno Álvares Pereira é exemplar pela "presença de uma vida de fé e oração em contextos aparentemente pouco favoráveis às mesmas". Em qualquer situação, "mesmo de carácter militar e bélica, é possível actualizar e realizar os valores e princípios da vida cristã", acrescentou.

No entanto, o Papa não referiu, explicitamente, a generosidade de Frei Nuno para com os pobres. Depois de ter comandado o exército de D. João I, nomeadamente vencendo os castelhanos na batalha de Aljubarrota em 1385, o Condestável renunciou a todos os títulos e propriedades, distribuindo os seus bens pelos pobres e necessitados.

Ainda na homilia e a propósito da vida de Caterina Volpicelli, outra santa hoje proclamada, o Papa afirmou: "é possível construir uma sociedade aberta à justiça e à solidariedade, superando o desequilíbrio económico e cultural que continua a subsistir em grande parte do nosso planeta".

A fórmula de canonização pronunciada por Bento XVI às 10h33 locais, afirma: "Declaramos e definimos santos os beatos Arcangelo Tadini, Bernardo Tolomei, Nuno de Santa Maria Álvares Pereira, Geltrude Comensoli e Caterina Volpicelli, e inscrevemo-los no Álbum dos Santos e estabelecemos que em toda a Igreja eles sejam devotamente honrados entre os santos”.

Os outros santos são todos italianos. O padre Arcangelo Tadini (1846-1912), que se dedicou a apoiar as operárias e fundou a Congregação das Irmãs Operárias da Santa Casa de Nazaré. Bernardo Tolomei (1272-1348) também foi cavaleiro, tal como o Condestável português, antes de se dedicar a uma vida de monge eremita, fundando a congregação do Monte Olivete. As duas santas são Geltrude Comensoli (1847-1926), da Congregação das Irmãs Sacramentinas de Bérgamo (Itália), e Caterina Volpicelli (1839-1894), fundadora da congregação das Servas do Sagrado Coração, que se dedicam a apoiar pobres e jovens.


In público.pt, 26 de abril de 2009 http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1376753

Friday 24 April 2009

"Convergência nos Media"

Os últimos 15 anos, aproximadamente, foram marcados em Portugal, como nos demais países, por um profunda transformação estrutural dos meios de comunicação social. A introdução da tecnologia digital permitiu em enorme reforço de capacidade de transmissão por via terrestre, cabo ou satélite. Uma das principais consequências do desenvolvimento da comunicação social, potenciado por estas transformações, foi a convergência das tecnologias, telecomunicações, software, electrónica de bens de consumo e media.
Decorreu na passada quinta-feira, dia 23 de Abril, na Faculdade da Ciências Humanas, da Universidade Católica, precisamente uma Conferência que procurou discutir precisamente a problemática da Convergência nos media, e que merece o nosso destaque.

O primeiro convidado, António Granado, coordenador do do Público on-line, referiu-se à convergência nos media, dividindo-a em quatro pontos e desmistificando alguns mitos que caracterizam este “conceito” enquadrado no actual panorama dos meios de comunicação. Começando por identificar convergência entre empresas, exemplificou, com aquisição de papel para vários jornais que pertencem a um mesmo grupo ou a deslocação de um só jornalista para ir cobrir um acontecimento fora do pais, e posteriormente esse mesmo jornalista redige a noticia para os vários meios de comunicação do mesmo grupo. Torna-se vantajoso para a própria empresa a possibilidade de aproveitar os seus trabalhadores, dirigindo-os em vários sentidos, em vez de os canalizar para uma única função e sector. Por outro lado, reduz a independência do jornalista assim com a diversidade jornalistica, a permeabilidade a pressões externas aumenta, e a publicidade também tem sofrido uma queda notável.

Seguidamente, o jornalista, falou da convergência entre media, referindo à integração nas redacções tradicionais das redacções on-line referindo que actualmente, alguns editores de alguns jornais, pensam que os jornalista da redacção do jornal que sai impresso em papel, pode simultaneamente fazer o jornalismo on-line. Para António Granado, cada um deve especializar-se e procurar ser o melhor dentro da área da qual faz parte. Ou seja, fotografo não é porque tem alguns conhecimentos de montagem que vai encarregue pela edição. Não faz sentido reduzir o numero de colaboradores e reaproveita-los, quando a produção de conteúdos triplicou.

O terceiro ponto apresentado refere-se à convergência de dispositivos, como o telemóvel e a internet. As notícias, dependem apenas de confirmações, que surgem quase na hora, para serem colocadas disponíveis a todos nesses dispositivos, enquanto os jornais perdem leitores e e a rádio igualmente ouvintes. A faixa etária do 18 aos 30, já não encontra na televisão meio de informação primordial. Os media clássicos podem dar notícias mais detalhadas e analisadas e com outras perspectivas. Os cadernos "P2" e "Ípsilon" do Público em papel foram são bons exemplos. Referem-se não só ao ontem, como o que se passou há 10, 20, 30 anos enquadrando numa perspectiva social, económica e cultural futura.

O último ponto é o da convergência entre produtores e consumidores. A facilidade no acesso a ferramentas de internet e a participação cívica, traduzem nesse esse esbatimento entre quem faz e quem recebe. Um dos momentos históricos foi a criação da Blogger em Agosto de 1999. O jornalista revela-se entusiasta com o alargamento do espaço dos produtores de informação, uma vez que permite aos próprios jornalista acederem a informações até então desconhecidas, mas realça o receio que tem em relação há falta de processos capazes de filtrar o que é válido do que não o é.

Tuesday 21 April 2009

Noite de Fados - Candeia


E porque falamos de Fado...
Como sabem no Verão passado desafiei-me a mim própria e fui fazer um campo de férias, durante 10 dias acampar, sem água, sem electricidade, com crianças e jovens institucionalizados. Ou seja, crianças ou jovens que por, em determinada altura das suas vidas, se terem encontrado numa situação de risco, por negligência familiar (maus tratos, abusos, falta de condições económicas que assegurem o bem estar de um criança como alimentação, higiene, saúde) foram colocados numa instituição ou num centro de acolhimento

A partir desse Querido mês de Agosto, nunca nada voltou a ser igual na minha vida. O contacto próximo com uma realidade tão dura, onde a falta de amor, de estima e de confiança são palavras de ordem, fez-me perceber que podemos ajudar algumas crianças, atraves dos campos de férias e das actividades de animação, que fazemos ao longo do ano, a ajudar-los a crescer, a tornarem-se pessoas fortes e com ambição, sem medo da vida.
Percebi também que não pode ser o tempo que toma conta de mim mas sou eu que tomo conta do meu tempo. Basta querer e há tempo, porque há vontade, dedicação e uma vontade enorme de fazer mais e cada vez melhor. O que damos de nós na hora de receber não há comparação possivel.

A Candeia, desde já convido a visitarem o site www.candeia.org , é uma Associação de Solidariedade Social que se dedica, durante todo o ano lectivo, ao acompanhamento e formação, através de diversas actividade, de crianças e jovens que vivem em Instituições, Centros de Acolhimento, Associações como Associação Protectora das Florinhas da Rua, Associação Crescer Ser, Associação de Lares Familiares para Crianças e Jovens - Novo Futuro, CAT Tercena, Casa dos Rapazes, etc.

Hoje em dia, a Candeia conta com cerca de setenta animadores, que acompanham anualmente cerca de 150 crianças, em regime voluntário. O nosso apoio consiste, além da realização dos Campos de Férias durante o Verão, no acompanhamento e formação das crianças durante o ano lectivo.

O orçamento anual da Candeia é suportado através de donativos de empresas, donativos de amigos da Candeia e de momentos organizados com a Noite de Fados, o momento mais importante de angariação de fundos pelouro de angariação de fundos.

Este ano convidaram-me para organizar esta a Noite de Fados da Candeia, uma honra, para uma recém chegada e um enorme desafio.
Gostava muito que tivessem presentes e que me ajudassem a fazer desta noite um sucesso. Pode realmente marcar a diferença!!!

Dia 16 de Maio nas instalações do Colégio Militar pelas 21.00h preço 35 euros inclui jantar, bom vinho, ao som de muito fado pela voz de Teresa Siqueira, Francisco Rebelo de Andradre, Rodrigo Rebelo de Andrade, Catarina Wallenstein, Francisco Sousa Countinho, entre outros . Eu sei é "carote" mas acredito que seja justificavel, pela causa a que reverte e pela noite memorável que vamos partilhar!!!

Podem enviar-me email mayercarol@gmail.com

Carolina Mayer

Monday 20 April 2009

"Fado Malhoa"

"Queiramos ou não, o Fado é a mais alta criação cultural portuguesa. (...) Associou-se o Fado ao carácter dos Portugueses. Afirmou-se que o nosso carácter é triste e fechado. (...) Já não se escreve sobre a Rua da Mariquinhas, sobre os fadistas gingões, sobre as tascas e as guitarradas. Mas continua-se a escrever sobre os grandes temas humanos: o amor, a solidão, o ciúme, a morte. Escreve-se sobre os divórcios, a droga, os flagelos sociais e os dramas pessoais. Canta-se e vive-se de acordo com este século."
Pedro Baptista-Bastos

O Fado é um género musical distintivo da cultura portuguesa e da sua identidade e caracteriza o "sentimento" português. O Fado foi instrumento de divulgação e de difusão da nossa cultura. Foi levado aos mais célebres palcos por ilustres fadistas, conquistando admiradores nos quatro cantos do mundo. Reconhecemo-nos no Fado. Este género musical tem vindo a crescer com uma notória visibilidade acompanhado sempre de grandes nomes como: a Severa, Alfredo Marceneiro, Amália Rodrigues, Camané, Mariza, Carlos do Carmo, António Mourão, David Mourão Ferreira, etc.
A palavra Fado provém do latim fatum e significa destino. O fadista canta o sofrimento, a saudade, a tragédia, a desgraça, a sina e o destino, a dor, o amor e o ciúme, a noite, as misérias da vida, o quotidiano da cidade, etc.


Em 1910 o Fado surge pela primeira vez na arte, mais precisamente na pintura portuguesa “o Fado” de José Malhoa. Esta obra, inspirada em modelos reais, com o fadista Amâncio e a sua amante Adelaide da Facada, procura apontar o ambiente em que o Fado se insere e evidenciar por isso a realidade fadista. Este quadro foi exposto em diversas galerias no estrangeiro onde obteve um enorme sucesso. Mas, somente em 1917 foi exposto em Lisboa na Exposição da Sociedade Nacional de Belas Artes. Contudo não conquistou o sucesso desejado e o êxito que tivera no plano internacional pois a sociedade intelectual e aristocrática teve grande dificuldade em aceitar o tema representado, já que o Fado era ainda relacionado com classes inferiores/baixas e a ambientes de marginalidade o que não correspondia aos padrões vigentes da época. Assim, não se distinguia “nem pela beleza, nem mesmo pelo moral”(1) e era julgada como uma “composição realista, e mesmo chocante”(2). Porém, este desprezo por parte da elite não impediu que este quadro não adquirisse reconhecimento nas camadas populares. Pelo contrário, inspirou várias obras teatrais como a peça de Bento Mântua “O Fado episódio em 1 acto”, filmes como o filme mudo de Maurice Mariaud, e repertórios como o conhecido “ Fado Malhoa” com letra de José Galhardo e cantado pela célebre Amália Rodrigues.

(1) Crf. Álvaro Maia em entrevista ao jornal Capital, 5 Maio 1917

(2) Crf. Hermano Neves em entrevista ao jornal Capital, 5 Maio 1917